O Instituto Shanti Brasil vem realizando, desde 2023, círculos restaurativos com homens no Cejusc de Rio das Ostras, no prédio do Tribunal de Justiça. Os homens envolvidos na Lei Maria da Penha, suspeitos de violência doméstica, são encaminhados para o trabalho. Nele, participam de 8 encontros com a metodologia do círculo de construção de paz (CCP).
Este trabalho conta é promovido pelo Nupemec da capital, acionando o Cejusc de Rio das Ostras. Na última semana, foram produzidos os indicadores do trabalho, revelando aprovação profundamente positiva. Basta dizer, por exemplo, que os participantes deram nota média de 4,36 (de 1 a 5) para o fato dos círculos lhes fazerem repensar seus comportamentos como homens. E nota 4,82 para se sentirem ouvidos.
Além disso, 63,6% afirmaram terem se sentido estimulados a procurar mais material para entender os temas de reconstrução da masculinidade (reportagens, podcasts, vídeos, livros, documentários etc). Também, 54,5% afirmaram que houve melhora em seu relacionamento intrafamiliar. No entanto, somente 36,4% disseram que os encontros melhoraram sua autoestima.
Em Rio das Ostras, o trabalho ocorreu por demanda do juiz Henrique Assumpção Rodrigues de Almeida, sob coordenação de Rachel Seba Werneck. Veja os indicadores completos abaixo:
INDICADORES DOS CÍRCULOS DE HOMENS
NO CONTEXTO DA LEI MARIA DA PENHA
Tribunal de Justiça de Rio das Ostras (RJ)
► Os participantes foram convidados a dar notas de 1 a 5 para cinco diferentes perguntas:
1) Perguntados sobre o quanto os encontros melhoraram a maneira como pensam suas escolhas de vida, a média das notas foi de 4,45.
2) Perguntados sobre o quanto os encontros lhes fizeram repensar comportamentos como homem, a média das notas foi de 4,36.
3) Perguntados o quanto se sentiram ouvidos e acolhidos pelo grupo, a média das notas foi de 4,82.
4) Perguntados sobre a qualidade dos temas apresentados, a média das notas foi de 4,91.
5) Perguntados sobre a abertura e preparo dos facilitadores, a média das notas foi de 5.
► Em seguida, foram perguntados se eles se sentiram estimulados a procurar outros materiais de debate sobre padrões de masculinidade (reportagens, podcasts, vídeos, livros, documentários etc). Para essa pergunta, 63,6% responderam que sim, 18,2% disseram que não, e 18,2% que talvez.
► Por fim, questionamos quais alternativas teriam incidido sobre a vida deles, a partir das realização dos encontros:
- 36,4% disseram que os encontros melhoraram sua autoestima.
- 36,4% entenderam que os círculos aumentaram sua capacidade de responder a situações de conflito.
- 54,5% afirmaram que houve melhora em seu relacionamento intrafamiliar.
- 45,5% pontuaram que cresceu sua capacidade de cuidar de si mesmo.
- 36,4% perceberam melhora em sua capacidade de manejar emoções e afetos.
- 36,4% observaram um aumento da capacidade reflexiva, questionando comportamentos repetitivos e valores dominantes.
- Apenas 9,1% acreditam que houve melhora nas estratégias de enfrentamento de situações limite.
- Para 27,3%, houve reflexão sobre os padrões de masculinidade sem fixação em papeis sociais instituídos.
O Instituto Shanti Brasil ofereceu, durante o mês de maio, em parceria com o Nupemec e a Escola de Mediação (Emedi), uma formação de facilitadores de círculos restaurativos para homens, no contexo da Lei Maria da Penha. O curso foi oferecido no centro do Rio de Janeiro (RJ), na sede da Emedi. E formou 25 novos facilitadores, já habilitados como facilitadores de Justiça Restaurativa.