Há múltiplas formas de se utilizar o Baralho da Transformação. Em primeiro lugar, por ter todas as cartas e naipes de um baralho comum, ele pode simplesmente ser usado de forma comum: para jogar truco, buraco, paciência e tantos outros jogos tradicionais dos baralhos. A partir dessa constatação, entende-se que há três formas principais de se usar o Baralho da Transformação:
a) como um baralho comum, ignorando as indicações de ação existentes em cada carta.
b) orientando-se apenas para as frases existentes nas cartas, e ignorando números e naipes.
c) de forma mista, mesclando-se as cartas e naipes com as ações descritas.
I. Mau Mau da Transformação
Pode-se jogar o Baralho da Transformação como se fosse o antigo jogo denominado “mau mau” sendo que aquele que ganhar o jogo deverá realizar a tarefa que está descrita na sua última carta. Durante o jogo devem ser lidas as tarefas que estão em carta descartada.
Inicio do jogo: Cada jogador recebe sete cartas, as que sobram são colocadas em um bolo, no centro da mesa. A primeira carta do bolo é virada e um jogador por vez deve jogar em cima dela uma carta que seja do mesmo naipe ou tenha o mesmo número, lendo a tarefa descrita na mesma. Se o jogador não tiver, “compra” uma carta do bolo e perde a vez. se ainda assim não possuir nenhuma carta para o descarte, deve passar a vez. Quando um jogador possuir 2 cartas na mão, for a sua vez de jogar e tiver uma carta para descartar sem a necessidade de comprar uma outra carta, este jogador deverá dizer: Estou por uma! O jogo termina quando um jogador não possuir mais cartas na sua mão e deverá realizar a tarefa descrita na carta.
As maldades incrementam o jogo com as seguintes cartas:
• Ás – faz com que o próximo jogador não jogue a rodada pulando a sua vez.
• Dama (Q) – quando essa carta é descartada, inverte o sentido de jogo. Se o sentido era horário, o sentido passa a ser anti-horário e vice-versa.
• Valete (J) – o jogador que a descartou tem o direito de escolher um naipe, sendo que o próximo jogador deve descartar uma carta do naipe escolhido ou outro valete. O valete pode ser descartado mesmo se o naipe e/ou o número da carta no topo da mesa não forem o mesmo (esta regra não é válida quando a carta no topo da mesa for um 7).
• Sete – o próximo jogador compra duas cartas e não descarta nenhuma. Porém, se este possuir outro sete para descartar, ele pode optar por não comprar as duas cartas e descartar o sete. Neste caso o sete foi rebatido, e o próximo jogador deverá comprar 4 cartas exceto se ele puder rebater novamente o sete, aumentando em mais 2 cartas a punição para o jogador seguinte, e assim sucessivamente.
• Nove – quando um nove é descartado, o jogador anterior deve comprar 1 carta. Diferentemente de um sete, o nove não pode ser rebatido
II. Tarefas diárias
O dono do Baralho da Transformação pode simplesmente tirar uma carta por dia da caixa, para realizar aquela tarefa durante aquele dia. Pode estabelecer como uma rotina diária, um convite para atuar pela transformação do planeta. Também pode tirar uma carta a cada dois dias, ou até uma carta por semana. É escolha pessoal. O imprescindível é incluir essa atividade na sua rotina diária.
III. Ação qualificada
O baralho também tem sido usado com fins terapêuticos, especialmente com pessoas que têm depressão ou fobia social. A proposta é tirar uma carta ou duas cartas por semana, e ter um diário. Nesse livro, você vai anotando os resultados daquela ação, que será repetida ao longo dos dias. Evidentemente, essa forma de usar o baralho, que estamos classificando como “ação qualificada”, não é tomada somente por pessoas com questões psicológicas – pode ser útil a qualquer pessoa. É uma forma de usar o baralho que é internamente transformadora, de forma profunda.
IV. Truco da Transformação
O baralho também já foi utilizado para se jogar truco. Nesse caso, como em qualquer jogo de truco, as cartas 8, 9 e 10 são retiradas. Em geral, no truco, uma carta é virada no início da rodada (por exemplo, se o 3 é virado, o 4 passa a ser a carta mais potente). Logo, essa carta virada passará a ser uma das tarefas da pessoa que perdeu aquela rodada. Ao final de uma partida completa, as pessoas saem com diversas tarefas a executar.
V. Baralho da Transformação em círculos e rodas de conversa
Também se pode utilizar o baralho em círculos restaurativos e rodas de conversa. O que se tem feito, por exemplo, é colocar as cartas viradas para baixo no centro do círculo. Em algum momento, os participantes são convidados para tirar uma carta qualquer, e ficar com aquela ação como tarefa. Pode-se também tirar uma carta, ler, e entregar para algum outro participante da roda.
Existe, ainda, um outro formato que tem sido testado em círculos. A ideia é retirar uma carta no início de um processo de diálogo. A carta é lida em voz alta, e as falas precisam ser pensadas a partir daquela tarefa. As pessoas vão falando, seguindo a ordem do círculo, refletindo sobre a tarefa estabelecida. Essa é outra possibilidade de se usar o baralho em círculos. As possibilidades são vastas.